Não sei se é o inferno astral ou o peso de tantas e tantas experiências ao longo desses quase 42 anos. O fato é que estou nostálgica há mais tempo que eu esperava.

Marido contando sobre o filme de terror que ele assistiu a noite, pois perdeu o sono de madrugada, e com o qual eu me identificaria muito no começo ==> o filme se inicia contando a historia de uma enfermeira, que é uma eterna mãe cansada. Constantemente exausta – ele disse.

Na novela Babilônia, assistindo Beatriz e Inês puxando o tapete uma da outra constantemente, achando que a nossa vida não é assim. E me dizendo secretamente que a causa da minha paixão pela novela O Clone, era justamente por isso… a Jade não precisava e ninguém puxando o tapete dela. Nem as investidas da Maísa a afetavam. Ela fazia as próprias merdas pra se ferrar, ciente das consequências e pagava por isso, sem culpas, pq ela sabia onde queria estar. E ela sabia que não era ali.

Em conversa com Vóveraazul sobre infelizmente os diálogos na vida real não serem tão lindos e coerentes quanto os textos maravilhosamente bem escritos nas novelas Globais. Especialmente as novelas das 18 horas, que são as mais lindas e sentimentais. Como seria bom ter alguém tão coerente e com aquelas palavras confortantes, cheias de perdão e solução.

Minha dor constante. E sempre pior.

Meu filho. Meu sonho realizado. Nosso conto de fadas, vivido de acordo com as (im)possibilidades da nossa vida classe média, mas extremamente pleno, intenso e feliz, pois temos nesse nosso mundinho algo que todas as pessoas do mundo buscam, mas pouquíssimas tem. Mesmo as mais cheias de grana.

Temos amor. Temos um ao outro.

Enfim, saudades de mim, de quem já fui e não encontro mais. Não encontro mais a minha imagem no espelho. Nem no travesseiro, quando encosto a cabeça e choro em silêncio até de dormir.