♡ Dia das Mães 2015
Eu sou absolutamente, essencialmente, romanticamente sentimental. Sou super apegada a datas, em especial Natal e Páscoa, mas 20 anos pra cá, o Dia das Mães também faz parte dessas datas que inflam meu coração. Parece que ele pulsa em formato de estrelinhas… Faiscadas ❊
Nas últimas semanas, ando ainda mais fragilizada. Não sei o motivo exato ou talvez até saiba, afinal, são diversos fatores e mudanças grandes em minha vida, que de repente, somadas, você percebe que te afetam. Muito.
Eu nasci de uma barriga que guardava um útero muito fino, que não poderia ter passado por uma segunda gestação, pois podia romper a qualquer hora e causar uma hemorragia fatal.
Mas esse prognóstico não fazia a menor diferença pra dona da barriga. A minha mãe me queria. Queria a menininha dela e ponto final. Dane-se o útero.
Então, de uma gravidez de 9 meses, saudável, e cheia de expectativas, eu vim, não nasci. Estreei! Linda e magra!
Mas em poucos meses meus pais, obcecados por bebês obesos e adultos esquálidos acabaram com minha festa de ter corpinho de modelo.
Minha linda mãe, com 23 anos realizou o sonho de ter sua menina nos braços.
O que eu posso falar dela no dia de hoje: Ela é uma mulher sensacional. De fibra e guerreira. Intensa como eu, mas somos opostas em tudo. Eu acredito que tenho a mãe mais dedicada e de coração entregue que possa existir. Exímia a define.
Exímia
Por Dicionário inFormal (SP) em 17-03-2013
Exímia: Adjetivo com flexão de gênero, sinônimo da palavra “exímio”.
1 Muito ilustre.
2 Excelente.
3 Magnífico.
4 Insigne.
Sempre presente em minhas lições de casa, nas aulas de inglês e de natação, de ginástica olímpica e nas competições de ginástica aeróbica. Sempre me cobrando excelência e me orientando às melhores escolhas.
Aí começam os problemas. Por que nossas escolhas seriam opostas, todas as vezes. Eu fui uma menina e uma adolescente sossegada, quieta, mas brincalhona, de poucas, mas ricas amizades (né, Helo?), nunca usei drogas (apenas as de receita azul!), álcool não me apetece, quando saía era com meu irmão junto, na total fiscalização, (e aí, é claro, que você se obriga a aprender a fazer coisas escondida!) e era confessa, namoradeira. Mas ia bem na escola, tinha boa autoestima e era individualista de maneira destacada. Gosto de fazer as minhas coisinhas a minha maneira. Não que fossem erradas ou nada do gênero. Mas todos temos nossos segredos, sentimentos só nossos e mais detalhes que queremos manter em uma caixinha só nossa. Privacidade que chama, né?
Então, nós brigávamos.
Hum… Brigamos.
E eu pensava que no dia que eu fosse mãe, seria diferente dela. Adolescentes são enclausurados numa cápsula de arrogância, que só se desfaz quando nos tornamos adultos e a vida mostra quem manda.
Mãe, minha mamai, eu continuo muito diferente de você. Com essa minha maneira menos prática e mais romântica de ver a vida. E sou feliz assim. Mesmo te admirando por quem você é.
Sou doce como minha avó Nice, brava como meu avô Marcolindo (amor eterno), namoradeira como meu avô Paulo e genial, (e humilde) como minha avó Ninha.
Esses quatro seres magnânimos, fizeram você e meu pai… E dessa união, nascemos eu e meu irmão, plenos. Criados com amor total, pais presentes, avós angelicais, educação impecável e cada um com suas escolhas e vidas felizes à sua maneira.
Um DNA praticamente dinamarquês! kkkkk
Somos diferentes, mãe. Mas eu não espero que você mude. Te amo. Assim como você é.
E foi então, que aos 22 anos, eu me tornei mãe.
Da pessoa mais perfeita do mundo. Minha melhor amiga, companheira, confidente. E linda. Desde sempre. (Por dentro, ainda mais linda que por fora!) E segui com ela o propósito de ser uma mãe diferente. Porque eu senti algumas carências e algumas cobranças que não queria que minha Amanda sentisse… E uma coisa leva à outra.
Confiança gera confiança. Eu acredito no que ela me fala. Ponto final. Sou 100% aberta a dialogo. Sempre. Qualquer assunto. O primeiro beijo, a primeira vez; os questionamentos escolares e as milhares de perguntas sobre si mesma. E isso gerou um laço muito forte entre nós. Todos falam até dos nossos trejeitos. MINHA Amanda. MINHA Di. Conte sempre comigo, filha. Estou com você em todas as suas verdades e nas suas dúvidas também. Você é um sucesso. Persevere e o resultado virá! E será lindo. Como Você!
Minha polaca foi uma adolescente MUITO chata e difícil, mas se tornou uma mulher magnifica! E me enche de orgulho. Diariamente.
→ Viu, mãe?! Mesmo você me achando meio louca e liberal demais, assim mesmo com esse meu jeito, eu acertei! Amanda rulez!!
Dezesseis anos depois, com muita alegria e realizando um sonho longo, Deus me presenteou com um maluquinho, o mais doce e espoleta de todos… em 2011, nasceu o Teodoro!
Durante uma batelada de exames para investigar uma grave dor abdominal que sinto (ainda), entre ressonâncias, ultrassons, exames de sangue, histerosalpingografia, colonoscopia, endoscopia, etc.. Etc mesmo… O único exame que deu positivo, surpreendendo a todos, foi o Beta HCG.
Lá vinha o meu sonho, se tornando realidade, através do amor do meu Murilo. ❤️
E como é tão completamente diferente ser mãe de menino e tanto tempo depois… E ele tem uma energia inesgotável e ela sempre foi sossegadinha… E ele é tagarela, enérgico, decidido, meigo, beijoqueiro, atrevido, cabeça dura e absolutamente maravilhoso.
Mas vive de castigo e nem assim perde a razão. Fica lá, sentado os 3 minutos cantando.
Meu pique hoje, é outro, o momento é outro. Moro longe da minha bebê. Sou para o Téo, uma mãe diferente da mãe que sou da Di.
Minhas conclusões? Cada um é cada um. A gente está em constante aprendizado e adaptação. Algumas vezes sinto que aprendo muito mais com eles do que ensino.
Eles me preenchem, me tornam uma pessoa melhor, eu quero ser a mãe que eles escolheriam.
Responsa, né?!
Nesse último ano, muito mudou em mim. Depois de uma vida inteira, mudar de cidade não é exatamente fácil.
Fui muito bem recebida aqui, e os pais do Mu são os pais dele são pessoas incríveis. Me acolheram, me amam e são loucos pelo neto. Inacreditável é casar com alguém que tem pais tão magníficos quanto os seus! #amordemais
Porém, confesso que volta e meia me pego chorando pelos cantos. Se o Téo não me exigisse 26 horas por dia, eu creio que não daria conta. Não sinto falta de absolutamente nada de Curitiba. Vez ou outra alguma comida específica ou a vontade de ir a algum lugar, que acaba se revelando saciada pelas boas e abundantes lembranças.
Mas a saudade que tenho da minha filhota e de meus pais dói mais que a minha barriga. Me fere. Dá falta de ar.
Minha polaca, se não estivéssemos na era whatsApp, eu teria te obrigado juridicamente a vir. Você mesmo longe completa meus dias, gorda/magra. River/linda. Quero/credo. #piadinhainterna
Pai, mãe… chego a sentir o cheirinho de vocês.
No fim das contas, a distancia fez bem aos relacionamentos. Eu e minha mãe sentimos tanto a falta uma da outra que nem brigamos tanto mais… Só depois de uns 4 ou 5 dias juntas hahaha
Minha filha, cresceu, virou uma mulher responsável e estonteante. E nosso relacionamento que já era um brigadeiro branco, ficou ainda mais forte e saboroso.
E minha família aqui… É a tal casinha branca com varanda, um quintal e uma janela, para ver o sol nascer!
Hoje, ao telefone, meu pai me desejou Feliz Dia das Mães e pela primeira vez em 20 anos me disse “parabéns por essa mãezona maravilhosa que você é. Sua filha linda está aqui.” – e então você sente que tudo vale a pena.
Feliz Dia das Mães. Mesmo louca por datas… Essa é mesmo todos os dias!