Eu queria vender pipoca. Mas sempre teria alguém pra reclamar da quantidade de sal…

Eu queria abrir um salão. Mas sempre teria alguém pra reclamar da qualidade dos shampoos e cremes ou das cores de esmalte disponíveis…

Eu queria abrir uma livraria. Mas sempre teria alguém pra reclamar da ausência de um ou outro exemplar ou do sabor do café que eu certamente serviria com todo o prazer…

Eu queria ter um pet shop. Mas sempre teria alguém pra reclamar que o pelo ficou curto demais ou que o pet shop do vizinho cobra 5 reais a menos, mesmo que eles façam menos coisas no cuidado com seu animalzinho…

Eu queria abrir uma escola. Mas sempre teria alguém que não pagaria as mensalidades, ou que dissesse “pago quando der” ou que quisesse parar de pagar porque mudou de ideia, mesmo assinando contrato de participação.

Eu queria abrir um estúdio de fotografia. Mas sempre teria alguém que reclamaria da saturação ou do olhar, que fora cuidadosamente apurado por anos de estudo e paixão.

Eu queria vender joias. Mas sempre teria alguém reclamando do preço (e também do valor) e que não reconheceria o trabalho do designer e do ourives.

Eu queria vender frutas e legumes. Mas sempre teria alguém pra reclamar do horário da feira ou da cor do morango.

Eu queria abrir uma casa de massas, pra servir com meus molhos deliciosos. Mas sempre teria alguém pra reclamar que só tem penne e gostaria de rigatoni.

Eu queria abrir um albergue. Mas sempre teria alguém que reclamaria dos colchões disponíveis ou do sabor da sopa da noite…

Eu queria abrir uma escola da língua portuguesa. Mas sempre teria alguém que se sentiria ofendido ao invés de ajudado ao ser corrigido. Além dos que culpariam o corretor ortográfico.

Eu queria abrir uma escola de natação. Mas sempre teria alguém que reclamaria que os professores nem sempre entram na água.

Que tempos complicados…

Com pessoas ensimesmadas e que só reclamam.

As pessoas não “perdem tempo” em buscar observar e absorver o lado bom das coisas. Em especial as coisas que vem de graça. Por amizade ou simples empatia. Muitas vezes meu primeiro instinto é desanimar. Deixar pra lá.

Mas essa não sou eu.

Gosto de pensar que me entrego e faço o melhor que eu posso as coisas que eu me proponho a fazer. Mesmo com tantos chatos e intocáveis deslumbrados existentes nos dias de hoje, mesmo vendo que as pessoas não aceitam críticas, mesmo quando estão aprendendo; mesmo sabendo que apesar dos pesares, muitas vezes a gente simplesmente não é compreendido, muito menos reconhecido por certas atitudes, eu permanecerei fazendo minha parte. Por mim, pelo meu prazer, para o meu crescimento, para a minha consciência e ciência.

Eu sei que mudanças são difíceis. Sei que às vezes, as críticas doem e quase nunca são bem vindas. Mas é preciso que a gente saiba aceitar ou ao menos ouvir quando temos por perto alguém disposto a ajudar e nos puxar um degrau acima para nos tornarmos seres humanos e profissionais melhores ou mais capacitados.

Reclamar não ajuda nada… Agir, faz toda a diferença.

A diferença que eu quero ver no meu mundo, se inicia em mim…

E eu me entrego! E quem precisar… conte comigo. ♡

M.